Dezembro não pertence mais às águas
agora é só uma notícia
uma casca da madrugada
descida da árvore do tempo
Dezembro não vem mais com o vento
e em minha pele trava embates
com as marcas de outras estações
As palavras ancoradas nas marinas
do mundo
também acolhem dezembro
Só pelo hábito
de afagar-lhe o rosto
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domingo, 22 de outubro de 2017
terça-feira, 17 de outubro de 2017
Poema de barro
Noite dos dizeres
derramados
Sob o luar
uma sinfonia
Frágeis as mãos
talham o barro
da vida que seria
E assim este
faz-se verso
no corpo do poema
até tornar-se pássaro
e ir-se na ventania
Então pensa o homem
que é ave
o barro
de sua poesia
segunda-feira, 16 de outubro de 2017
Imensidão
Não é necessário
do mar guardar
a imensidão azul
Basta prever
o que dele exala
os búzios que devolve
com suas músicas náufragas
e as jangadas brancas
desfraldadas
tal qual
bandeiras
de ninguém
sexta-feira, 13 de outubro de 2017
Mármore da palavra
No mármore
da palavra
procuro a sinfonia
que me escapa
como essa noite
finda
da qual só ficou
a casca
onde se gera um poema
que ninguém abarca
Um relâmpago
do qual só se guarda
o espantoquinta-feira, 12 de outubro de 2017
Estrada sem volta
Agora diante das ilusões mortas
resta puxar a carroça sem rodas
dos danos
Com as costelas expostas
e o verbo viver já surrado
sobra relembrar
os resquícios dos nossos beijos ´
resvalados
Eu que te amei fora das estações
do desencontro
não distingo as palavras que te trariam de volta
E não adianta dizer meu amor
porque a voz (como num sonho)
não acompanha o pensamento
e para ti a palavra amor vinda de mim já não é nada
ou talvez só te remeta à esta carroça
no meio desta estrada sem volta
domingo, 8 de outubro de 2017
Biografia literária
O escritor Francisco Orban é poeta, jornalista e Mestre em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Autor dos livros Sobrado das Horas (Taurus-Timbre, 1990) prefaciado por Antonio Houaiss, e de Cesto das Canções com Pássaros (Leviatã, 1994). Publicou em 2001, o livro Recomendações aos sonhadores, prêmio Mar Absoluto -Cecília Meireles, concedido pela União Brasileira de Escritores. Dois anos depois, recebe o Prêmio Walmir Ayala,(UBE) por seu livro, Estaleiros de Vento, e publica em 2004 a fábula infanto-juvenil O Cavalinho de Água, adotada pelo Programa Nacional do Livro Didático-SP Seu penúltimo livro, com o título de Os Anzóis da noite, é lançado em 2006 pela editora Booklink, ano em que, seu livro Estaleiros de Vento,(editora Orobó), torna-se um dos finalistas do prêmio Jabuti. O poeta lançou em dezembro de 2008, seu novo livro Terraço das estações, e publica agora pela editora Kazuá, sua obra reunida com o título de "No País dos estaleiros". Sua poesia tem sido elogiada por Geraldo Carneiro, Antonio Carlos Secchin, Alexei Bueno e André Seffrin: Francisco Orban -e-mail francisco.orb@oi.com.br
O poema de água
Não que fosse do mar
a tez da tua pele
Os mapas para te achar
perderam-se pelas estradas
não as reais pedra ou água
ou das almas velejadas
O mapa para te achar
perdeu-se nessas ruelas
na argila do teu silêncio
distinto do oceano
e tudo o que vivemos
sexta-feira, 6 de outubro de 2017
Realejo
Cada pessoa guardará
desta noite
Um bilhete com a música
de um realejo
Mas nada se sabe
se o bilhete é a senha
de um sonho
ou se esta noite
é o grande estuário
de um plano oculto
a que chamamos
Mundo
Cada pessoa guardará
desta noite
Um bilhete com a música
de um realejo
Mas nada se sabe
se o bilhete é a senha
de um sonho
ou se esta noite
é o grande estuário
de um plano oculto
a que chamamos
Mundo
Mundo
quarta-feira, 4 de outubro de 2017
Biografia literária
O escritor Francisco Orban é poeta, jornalista e Mestre em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Autor dos livros Sobrado das Horas (Taurus-Timbre, 1990) prefaciado por Antonio Houaiss, e de Cesto das Canções com Pássaros (Leviatã, 1994). Publicou em 2001, o livro Recomendações aos sonhadores, prêmio Mar Absoluto -Cecília Meireles, concedido pela União Brasileira de Escritores. Dois anos depois, recebe o Prêmio Walmir Ayala,(UBE) por seu livro, Estaleiros de Vento, e publica em 2004 a fábula infanto-juvenil O Cavalinho de Água, adotada pelo Programa Nacional do Livro Didático-SP Seu penúltimo livro, com o título de Os Anzóis da noite, é lançado em 2006 pela editora Booklink, ano em que, seu livro Estaleiros de Vento,(editora Orobó), torna-se um dos finalistas do prêmio Jabuti. O poeta lançou em dezembro de 2008, seu novo livro Terraço das estações, e publica agora pela editora Kazuá, sua obra reunida com o título de "No País dos estaleiros". Sua poesia tem sido elogiada por Geraldo Carneiro, Antonio Carlos Secchin, Alexei Bueno e André Seffrin: Francisco Orban -e-mail francisco.orb@oi.com.br
terça-feira, 3 de outubro de 2017
Hastes dos poemas
Só no meu peito
-casebre das estações
perdidas-
guardei as hastes
dos poemas
arrancados
-casebre das estações
perdidas-
guardei as hastes
dos poemas
arrancados
domingo, 1 de outubro de 2017
País azul
De noite durmo com
as canções
da infância
e descanso em seu país abandonado
Se estou nela
e já longe apartados
são apenas contingências
do passado
Ainda habito seu território
azul
de embates estelares
trazidos ao
longo do tempo
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