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terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Mármore da palavra



No mármore
da  palavra
procuro a sinfonia
que me escapa
como essa noite
finda
da qual só ficou
a casca
onde se gera um poema
que ninguém abarca
Um relâmpago
do qual só se guarda
o espanto

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Redes de vento

As palavras pelo mundo
eram puro movimento
A cada momento as buscava
com minhas redes de vento
A cada instante partiam
como   pássaros ao nada
mas para mim retornavam
num movimento crescente
Voltavam como cardumes
ou mesmo  como matilhas
de coisas a serem ditas
Pousavam sempre inocentes
na noite feita de águas
com seus lumes e semblantes
no colo da madrugada

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Precário destino












Há muito que o mar me trouxe
como pele suas algas
Os ventos batem afoitos
nos cascalhos do meu rosto
Movido por um deus mudo
sigo atento pelas dunas
do areal que ficou
do que um dia foi só água
Há muito que o mar deixou-me
como saga seus navios
e suas escunas brancas
com as tarrafas da esperança
Das coisas do mar e do mundo
eu sou tecelão e causa
catando búzios do mar
como acordes espalhados
neste areal de silêncio
onde estrelas fazem
pausas