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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015
Barcos ao acaso
Só agora me dou conta
os barcos do tempo passavam
o tempo passava em braçadas
e eram veleiros perdidos
Só agora me dou conta
Só agora a mim me dou
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015
Declaração
Só o deserto
meu amor
sabe do meu amor
por você,
nem a cidade
com seus bichos
pousados
nem a decisão
de sonhar
ou morrer
Só o mar
com seu tremor
diário
atrelado à voz
dos que sonham
e os peixes
com as presas
do luar
sabem
Francisco Orban
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015
Na quebração
Eu andei na quebração
de um sonho
quando o mar
era um horizonte
azul
Eu andei na quebração
dos dias
quando o mundo
era nossa febre
(Do livro de Francisco Orban-
No País dos estaleiros)
terça-feira, 10 de fevereiro de 2015
O Poema de areia
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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015
Haras
E de que adiantem ausências
se com elas só faço canções
meu poemas são os haras
dos meus sentimentos sem fala
Palavras que são músicas
Escrever com dor
fere as palavras
que moram nos cercados
do tempo
Assim, prefiro levá-las
às tardes onde pousa a lua
Assim prefiro deixá-las
nas noites feitas de vento
Trago as palavras
que são músicas
para os silêncios
que são falas
Longe das vozes
mudas
que são muros
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